sexta-feira, 18 de março de 2011

                                           A esperança
E lá estávamos nós, eu e minha mãe e meu irmão sentados a espera do doce som do relógio batendo 00h00min, em um comum ano novo. Estava frio e chovendo muito lá fora, as janelas batiam com o vento e a nossa casa começava a balançar.
Na mesa apenas arroz, um pedaço de frango e uma simples salada de tomate. Essa era a nossa refeição de um esperado ano novo cheio de esperanças. Há poucos meses eu perdi meu pai em um acidente de carro, nossa família sofreu muito com a morte dele, principalmente minha mãe.
Quando o relógio bateu meia noite, eu só ouvia as pessoas gritarem e festejarem. Apesar de tudo, eu não me sentia tão feliz assim. Minha família era pobre, minha mãe estava sofrendo muito para pagar as contas e o aluguel que estava atrasado há meses.
Minha mãe me contava que seu maior sonho era encontrar uma flor raríssima, amarela que suas pétalas tinham um efeito que parecia de ouro. No meio, havia pequenas florzinhas rosa e dava um efeito magnífico na bela flor. E seu cheiro? Ah, seu cheiro era doce, bem doce como algodão doce. No livro “Conhecendo Flores”, cita que apenas uma pessoa conseguiu encontrar essa flor há muitos anos atrás e muitos dizem que essa bela flor representa o amor e a esperança dentro dela.
Há um mês antes, eu e meu irmão saímos para procurar essa planta, é claro que não conseguimos achar, por isso que ela é rara. Mesmo sabendo disso, não desistimos. Essa flor iria trazer a felicidade para minha mãe e a esperança.
Quando faltavam dois dias para o ano novo, aconteceu algo inexplicável. De noite quando eu estava dormindo, senti algo pinicando minha cara, fazia cócegas e eu comecei a rir. Meio sonolenta, abri meus olhos e vi uma pequena flor na minha frente. Eu não acreditava que poderia ser essa a flor que eu e meu irmão estávamos procurando faz tempo. Eu levantei e peguei a flor, ela era tão linda que eu comecei a chorar.
No ano novo, quando minha mãe estava comendo, eu e meu irmão pegamos a flor e damos a ela. Ela olhou para mim e começou a chorar. Mas não era um choro de tristeza, era um choro de felicidade.

Muitos anos depois, a flor ainda estava viva e linda, trouxe a vida e o amor para a nossa família. Colocamos o nome da flor de Esperança. E foi assim, todos os dias acordávamos felizes e foi assim pelo resto das nossas vidas.